Um urso de pelúcia Jaz agonizante
Na cerca de arame farpado
Que protege a Europa e o Mercado
Da massa de refugiados, povo retirante
O urso de pelúcia sangra,
A criança dona, chora
A humanidade não implora
O extremista, de ambos os lados, manga
Manga da vida e da esperança
Do amor e do sorriso da criança
Às vezes morta como o urso
Às vezes envolta no susto
Do pontapé da repórter
Das ondas que jogam à sorte
Os pais, as crianças e os ursos
Mundo louco, de tantos absurdos
O urso de pelúcia chora
Por mim, por ti e pela criança
Ele não anuncia bonança
Ele apenas implora
Que a vida valha o mesmo
Na África, na Palestina
Na Síria, em Paris ou na China
Em Santarém, no Rio ou em Sarajevo
[Afinal, a dor da perda é universalmente igual …]